RESISTIRÁ O pau-BRASIL?
Muito se fala da dizimação dos nossos ancestrais, os índios, quer por matança quer por miscigenação. De fato, se havia dez milhões de nativos sobre essas terras em 1500, hoje, a sua população está em torno de um milhão. Ou seja, inobstante toda perversidade, própria dos processos de colonização, os índios não desapareceram. Existem, resistem e contam as suas histórias.
Exterminado mesmo, foi o altivo e portentoso habitante dessas plagas, não pertencente ao mundo humano e animal, mas vegetal: O pau-brasil, a árvore que nos emprestou o nome de batismo. A árvore que pululava aos milhares em nossa costa, do Ceará ao Rio de Janeiro. A despeito das praias, principalmente, as nordestinas, serem reconhecidas por vastas paisagens de coqueiros, essa vegetação não é autóctone, é importada da Ásia e foi por aqui espalhada, inicialmente, por nosso donatário, Duarte Coelho.
Da terra mesmo é o pau-brasil. Árvore que foi extraída, surrupiada e praticamente extinguida. Estima-se que mais de setenta milhões de árvores pau-brasil foram arrancadas de nosso solo.
Sim, trazemos em nossa alma mãe gentil o nome de nossas raízes massacradas, de nossos troncos queimados, de nosso vermelho extraído.
Mas, de repente, quase como por milagre e vertigem, encontra-se uma árvore pau-brasil que resiste em meio ao desmatamento, ao extermínio. Algumas tais como guerreiras valentes, imperam incólumes do alto de seus mais de 600 anos de nascidas, árvores potentes e longevas que são. Quase como se surgissem apenas para nos perguntar: "assim como eu, o vilipendiado pau-brasil, a quantas resistirá o Brasil?"
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