quinta-feira, 3 de março de 2022

 SABÁ DAS BRUXAS NO BRASIL COLÔNIA.


Em meio a uma história milenar na qual a violência contra a mulher é um dado constante e assombroso, é um refrigério termos acesso a narrativas que nos falam daquelas subversivas e transgressoras, dentre as quais as bruxas. E não me refiro às bruxas idealizadas pela mitologia, mas às três feiticeiras que viviam na cidade de Salvador corria a década de 1590, antes dessa cidade receber a visita da Santa Inquisição como nos informa o historiador Emanuel Araújo. Chamavam-se elas: Isabel Rodrigues, de alcunha "Boca Torta", Antônia Fernandes que dizia ter aprendido com o diabo que beber semente de homem fazia querer grande bem e Maria Gonçalves Cajado, de alcunha "Arde-lhe o Rabo". Essa última dizia:


"À meia-noite no meu quintal com a cabeça ao ar, com a porta aberta para o mar, eu enterro e desenterro umas botijas, e estou nua da cintura para cima e com os cabelos soltos, e falo com os diabos, e os chamo e estou com eles em muito perigo".


Chegamos até aqui, porque sempre houve transgressão, enfrentamento e resistência. (E, claro, muita feitiçaria...)




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Tela: "O Sabá das Bruxas" de Goya.

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