domingo, 27 de fevereiro de 2022

 POLIGAMIA: DIVERSIFICAÇÃO DE PARCEIRAS OU EXPLORAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO FEMININA? 


A partir da leitura do texto de Gilberto Freyre, podemos inferir que a poligamia no Brasil, em alguns casos, a partir do exemplo da cultura indígena, tem por base, mais a exploração da força de trabalho feminina do que a necessidade de diversificação de parceiras sexuais. Ou, no mínimo, ambas, em um mesmo grau de importância. Leiamos:


"A poligamia não corresponde entre os selvagens que a praticam -  incluídos neste número os que povoavam o Brasil - apenas ao desejo sexual, tão difícil de satisfazer no homem com a posse de uma só mulher; corresponde também ao interesse econômico de cercar-se o caçador, o pescador ou o guerreiro dos valores econômicos vivos, criadores que as mulheres representam.


Os indígenas do Brasil estavam pela época da descoberta, ainda na situação de relativo parasitismo do homem e sobrecarga da mulher. Eram as mãos criadoras da cunhã que reuniam os principais trabalhos regulares de arte, de indústria, de agricultura".


Gilberto Freyre in Casa Grande & Senzala (1933/2006) p. 186


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Pela ilustração abaixo, uma fotografia atual de uma família indígena brasileira, o parasitismo dos homens e a poligamia como forma de um homem se aproveitar do trabalho de mais de uma mulher não parece ser uma prática apenas dos tempos da descoberta... E entre os brancos "civilizados", o que você acha?




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