quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

 FILHO BASTARDO - ADRIANA VAREJÃO, 1995. (OU POR UMA GENEALOGIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER).


Em meados do século XX, enfim, alvoreceu um novo discurso no qual o véu que encobria (e ainda encobre) a histórica violência contra a mulher através da qual foi forjada a nossa miscigenação, passou a ser levantado. No entanto, não vou aqui tecer considerações sobre a tão já propalada violência dos senhores contra as suas escravas, mas do verdadeiro MARTÍRIO SEXUAL ao qual os BANDEIRANTES submeteram as ÍNDIAS! A curra e  o estupro das mulheres autóctones era uma prática contumaz entre os bandeirantes. Domingos Jorge Velho, o matador de Zumbi e destruidor do Quilombo dos Palmares, além de carregar consigo sete índias-concubinas, estuprava as que encontrava em seu caminho. O seu priapismo era de uma voracidade aterradora! Os bandeirantes eram conhecidos pelos estupros de mulheres solteiras ou casadas durante os ataques às reduções jesuíticas. Sobre a invasão da Missão de Jesus Maria no Paraná, ficaram conhecidos, em razão das curras, como "Demônios do Inferno".  Em finais do século XX, trabalhos como o de Adriana Varejão, começam a fazer circular outros discursos sob uma verdade secularmente encoberta. Mas, queremos MAIS, precisamos de MAIS! É preciso que a arte choque,  exponha e dilacere a nossa carne histórica! A violência sexual contra as mulheres é o gérmen nosso e nos compõe. Temos direito a conhecer a nossa verdadeira identidade e as práticas que engendraram as nossas certidões de nascimento!




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